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Da engenharia mecânica para a sala de aula

Por Escrito em: 23/03/2020
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Superação e determinação são duas palavras que definem o professor Giezi Américo Reginaldo. Nascido no Rio de Janeiro (RJ) e filho de dona de casa e eletricista, ele leciona Física na Rede Estadual em Minas Gerais. Formado em Engenharia Mecânica, começou a dar aulas meio que por acaso para ajudar alguns amigos. Mas, quando se deu conta, estava imerso em atividades para a sala de aula.

A dúvida se deveria seguir o caminho do docência esteve sempre presente, e foi após um encontro de professores de Física que Reginaldo resolveu topar a empreitada. A partir daí, o professor desenvolveu diversos projetos com seus alunos da rede pública, e muitos renderam grandes conquistas como a participação no ExpoEngeniere de 2016, na Costa Rica, e a medalha de bronze na categoria Engenharia no Eskon Expo for Young Scientists de 2017, na África do Sul.

Para Reginaldo, ser educador significa “moldar, mostrar as oportunidades e ensinar o caminho. Muito mais do que apresentar conteúdo”. Ele conheceu o Mathema quando a escola onde leciona fez um projeto para consolidar conhecimentos matemáticos por meio de atividades interativas. Confira abaixo um pouco mais sobre a história deste incrível professor:

 

“Meu nome é Giezi Américo Reginaldo, professor de Física na Rede Estadual de Minas Gerais. Atualmente, leciono na E. E. Deputado Renato Azeredo, em Sete Lagoas. Sou de uma família muito simples: tenho oito irmãos, filhos de uma dona de casa e um eletricista. Natural do Rio de Janeiro, cursei escola técnica de Mecânica e logo depois Engenharia Mecânica, em Petrópolis, RJ. Nessa fase, cantava no coral da faculdade para ajudar no custeio e vendia salgadinhos na feira para ajudar nas minhas despesas. Em 2002, optei por morar em Minas em busca de qualidade de vida. Depois de formado, trabalhei como engenheiro em Sete Lagoas. Sou casado e tenho um filho, Lucas dos Santos Reginaldo, 14 anos, aluno da rede pública pois eu acredito na escola pública de qualidade.

Ainda no Rio de Janeiro, uma família solicitou minha ajuda para dar reforço escolar para suas filhas. Comecei a lecionar sem a menor pretensão. Depois de certo tempo, já tinha muitos alunos do Ensino Fundamental II, do Ensino Médio e alunos concursistas. Assim, meu dia inteiro era tomado por essas atividades.

Já em Minas Gerais, mesmo trabalhando como engenheiro, consegui algumas aulas na rede pública. Fiz complementação pedagógica (licenciatura em Física). Depois de uns cinco anos dando aulas no Estado, eu ainda me questionava todos os dias se era a docência que gostaria de exercer profissionalmente. Mas em 2007, em um encontro de professores de Física, conheci o professor Paulo Menezes. Compartilhei minhas angústias e incertezas e esses questionamentos abriram minha visão. Então fiz pós-graduação em Ensino Por Investigação, pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Acredito que esse curso foi um divisor de águas. Comecei a desenvolver atividades investigativas como projetos com os alunos. Achei que esses projetos tinham potencial para serem apresentados em mostras científicas.

Desde então, já fomos premiados com 1ª, 2ª e 3ª colocações em diversas mostras e prêmios. Também fomos a primeira escola estadual de Ensino Médio a participar da Inova Minas, uma feira voltada para projetos de inovação científica. Participamos, também, de eventos internacionais, como a ExpoEngeniere 2016, em San Jose, na Costa Rica, e Eskon Expo For Young Scientists 2017, em Johanesburgo, na África do Sul, sendo premiados com a medalha de bronze na categoria Engenharia. Todas essas premiações foram com alunos de escola pública.

Acredito que esses trabalhos de investigação estimulam os alunos em busca de soluções que não se restringem ao mundo científico ou às quatros paredes de uma escola. É um aprendizado para a vida toda

Ser educador é moldar, mostrar as oportunidades, ensinar o caminho. Muito mais do que apresentar conteúdos. O que me motiva na profissão é acreditar que faço a diferença na vida de alguém. Ajudar na construção de valores, protagonismo, preparando para a vida. Eu sempre ensino a eles que devemos ser o melhor naquilo que fazemos, independentemente da profissão. As oportunidades virão e precisamos estar preparados.

[O maior desafio] é mostrar ao aluno a importância que o estudo tem na vida, e que o ambiente escolar proporciona muito além de um conjunto de conteúdos a serem estudados.

Vários professores me inspiram, mas acredito que como pessoa os meus pais foram sensacionais na nossa educação. Mesmo com todas as dificuldades financeiras, minha mãe, sem o Ensino Fundamental completo, e meu pai, com conhecimento muito básico em eletricidade, conseguiram nos passar valores que perduram para a vida toda.

Relação com a Matemática

Minhas angústias com a Matemática eram constantes desde o Ensino Médio. [Conheci o Mathema] inicialmente, pelos livros didáticos, depois alguns materiais sobre a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). E em 2018 desenvolvemos um projeto para os alunos do Ensino Fundamental que ensina Matemática de maneira lúdica e interativa. E o Mathema ajudou na inspiração das nossas atividades norteando, nossas ações.”

 

Gostou da história do professor Giezi? Você também pode aparecer na seção #HistóriasdeProfessor. Escreva para contato@mathema.com.br e participe!

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2 Comentários para “Da engenharia mecânica para a sala de aula”

  1. Rozana disse:

    Excelente. Sou colega de trabalho do Geisy. trabalhamos na mesma escola e é um super ser humano.

  2. Amêlia disse:

    Parabéns, Reginaldo. Tenho a felicidade de trabalhar com você. Posso dizer que: você realmente gosta de trabalhar por seus alunos! Faz tudo para levar o ensino à vivência dos alunos incentivando-os a se envolverem nos projetos interdisciplinares.

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