Mathema Mathema

O Brincar no Ciranda

Por Escrito em: 27/08/2021
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Uma das premissas do Ciranda está intimamente relacionada ao ser criança. Nesse sentido, o brincar na Coleção Ciranda é entendido como direito e forma privilegiada de acesso aos bens socioculturais disponíveis em nossa sociedade. O brincar, livre ou orientado, mobiliza a criança por inteiro, pelo lúdico, pela curiosidade, pelo movimento e pela construção de estratégias e formas de pensar. 

O brincar é o espaço privilegiado para o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética. Enquanto brincam, as crianças não apenas reproduzem a cultura adulta, mas também criam sua própria cultura ao mesmo tempo que atribuem significado à cultura do adulto. 

 

No Programa Ciranda, a brincadeira ocupa lugar de destaque, constituindo-se como atividade principal da criança, não porque predomina em suas vidas, mas porque exerce enorme influência sobre o seu desenvolvimento.

Continue a leitura deste artigo e entenda o papel do brincar no Programa Ciranda!

O Brincar como um dos dois eixos estruturantes da BNCC

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõem dois eixos estruturantes para as práticas pedagógicas no desenvolvimento das aprendizagens na Educação Infantil: as interações e a brincadeira.

Nesse sentido, é necessário entender que a criança deve ser o centro do planejamento, ocupando papel ativo na construção de seus conhecimentos e que, por meio das experiências e relações cotidianas, se constitui como sujeito. 

Desse modo, salienta-se a importância da brincadeira no processo de aprendizagem dos sujeitos nesta primeira etapa da Educação Básica. “Enquanto brinca, a criança amplia sua capacidade corporal, sua consciência do outro, a percepção de si mesmo como um ser social, a percepção do espaço que a cerca e de como pode explorá-lo” (SMOLE; DINIZ; CÂNDIDO, 2000, p. 13). 

É por meio desse momento de entretenimento que surgem situações desafiadoras, as quais as crianças fazem de tudo para superá-las/enfrentá-las, proporcionando o desenvolvimento de habilidades e competências.
Por não conseguir “explicar” a própria lógica com palavras, os movimentos, considerados comunicativos e representativos de uma linguagem, os quais proporcionam ao sujeito aprender a interpretar os fatos cotidianos já nos primeiros anos de vida, permitem a criança se expressar perante as pessoas. 

Sendo assim, percebe-se que as interações e a brincadeira são trabalhadas conjuntamente. São eixos interdependentes e que quando abordados adequadamente propiciam aprendizagens significativas e prazerosas. As interações e a brincadeira são tão importantes para as crianças quanto o trabalho é para o adulto. 

O Brincar como um direito da criança

Segundo a BNCC, brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ajuda a criança a ampliar e diversificar seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

Para garantir esse direito é importante permitir que as crianças simplesmente brinquem. As brincadeiras são essenciais e devem estar presentes intensamente na rotina dos pequenos. Elas precisam ser planejadas e variadas: dirigidas e não dirigidas, em espaços abertos ou fechados, e assim por diante. Nos cantos temáticos, as crianças também constroem a autonomia ao escolher suas atividades favoritas, criar suas próprias regras e brincar livremente.

A criança e o brincar

Ao brincar, as crianças interagem, vivenciam papéis, estabelecem relações consigo mesmas, com os seus pares, com os adultos e com o mundo no qual se inserem. Nesse sentido, mesmo sem intenção de aprender, quem brinca aprende.

Para Oliveira (1988), “a brincadeira infantil se constitui uma situação social onde, ao mesmo tempo em que há representações e explorações de outras situações sociais, há formas de relacionamento interpessoal das crianças ou eventualmente entre elas e um adulto na situação, formas estas que também se sujeitam a modelos, a regulações, e onde também está presente a afetividade: desejos, satisfações, frustrações, alegria, dor”.

As experiências proporcionadas pelo brincar incluem:

  • movimento e mudanças de percepção resultantes de mobilidade física das crianças;
  • a relação com os objetos e suas características;
  • as linguagens gestual e oral que são envolvidas na ação de brincar;
  • os conteúdos de diversos papéis, situações, valores e atitudes que referem-se à forma como o entorno social se constitui, sem falar nos limites definidos por regras que são recursos fundamentais para brincar.

Como construção social, a brincadeira é um direito da criança, mas não é uma disposição inata; é preciso aprender a brincar — e aprender a brincar se faz em parceria com pessoas, inclusive, com os adultos que são responsáveis pela sua formação. 

Pais, professores e outras crianças são elementos importantes na ampliação do universo de brincadeiras das crianças. Assim, tratando-se da escola, é o professor que ajuda a estruturar o campo das brincadeiras de seu grupo.

Por meio das brincadeiras, o professor pode observar as crianças, ter uma visão dos processos de desenvolvimento pelos quais elas passam, registrar suas capacidades de uso de linguagem, de sociabilidade, dos recursos de movimento desenvolvidos e de quais aspectos afetivos e emocionais que cada criança dispõe. 

Observá-las enquanto brincam, seja em situações mais dirigidas, seja em situações mais espontâneas, favorece a compreensão da criança em muitos sentidos — fator que apenas as atividades dirigidas podem não permitir.

Na fase entre 4 e 5 anos de idade, é comum observarmos as crianças envolvidas em brincadeiras de faz de conta. Elas passam a repetir e representar o que veem os adultos fazendo e a representar cenas de seu cotidiano. 

Brincadeiras de casinha, escolinha, atividades de profissões e atividades diárias dos adultos permitem que elas se relacionem com problemas e soluções que passam do fazer imaginário para o aprender real.

Ao representar e explorar com o próprio corpo as cenas já vivenciadas ou observadas, a criança procura elaborar e compreender o que aconteceu, ou como as coisas se dão, tanto afetiva como cognitivamente. Assim, elas se apropriam de suas vivências, internalizando-as e tornando-as suas.  

Ao experimentar diferentes papéis, a criança aprende a compreender e a dominar as regras, a elaborar seus medos e suas emoções. Por meio das brincadeiras de faz de conta podemos compreender e acompanhar a evolução do processo de socialização das crianças pequenas.

O Programa Ciranda acredita que todo lugar é lugar de aprender e o brincar é o seu foco para organizar o desenvolvimento das atividades previstas na proposta. Acreditamos que as brincadeiras de faz de conta, jogos de construção, jogos de regras, jogos didáticos, brincadeiras corporais, fantasias, podem fazer parte do espaço do brincar na escola infantil. 

Para conhecer mais sobre o Programa Ciranda, basta entrar em contato conosco e responderemos a todas as suas dúvidas!

 

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