Mathema Mathema
Geometria

O PORTFÓLIO COMO REGISTRO DE UM TRABALHO DE GEOMETRIA

Por Escrito em: 29/05/2019
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Objetivos

  • Desenvolver a competência espacial dos alunos, ou seja, a capacidade de transformar objetos dentro do seu ambiente e orientar-se em meio a um mundo de objetos no espaço;
  • perceber o mundo visual com precisão;
  • efetuar transformações sobre as percepções iniciais;
  • ser capaz de recriar aspectos da experiência visual mesmo na ausência de estímulos físicos relevantes.

Recomendação

Alunos do 5º e 6º ano

Organizado por

Fernanda Anaia – Pedagoga

 

Descrição da Atividade

Os desafios enfrentados na escola são sempre grandes: lidar com o material didático, estudar para encontrar a melhor forma de trabalhar determinados assuntos, a maneira ideal de organizar os materiais produzidos, desenvolver a interdisciplinaridade sempre que possível, avaliar o que o aluno aprendeu e validar todo esse trabalho dentro e fora da instituição de ensino. Esses foram alguns dos desafios por mim encontrados nos anos em que lecionei para alunos de 5º e 6º ano de uma escola particular em São Bernardo do Campo.

Por conta de um incômodo em relação aos processos de avaliação, surgiu o interesse de estudar mais sobre portfólios, o que parecia ser um instrumento interessante para marcar o processo de aprendizagem dos alunos. Porém, era necessário estudar bem e testar esse instrumento antes de torná-lo uma avaliação formal. Foi o que meu grupo de professores decidiu fazer, sob a orientação das assessoras do Mathema, durante os estudos de geometria.

Todo o trabalho foi desenvolvido com base em três pressupostos: frequência, resolução de problemas e comunicação. As aulas de geometria que aconteciam esporadicamente, quando aconteciam, passaram a constar nos planejamentos e nas aulas ao menos uma vez por semana. Elas foram planejadas com vista à perspectiva metodológica da resolução de problemas, ou seja, aos alunos eram propostas situações nas quais eles eram levados a refletir sobre seus conhecimentos já construídos e desafiados a estabelecer novas relações para resolver os problemas propostos.

Para marcar todo esse percurso, os registros aconteciam oralmente, por escrito ou em forma de desenho, levando-os a organizar seus pensamentos e ações, tanto na hora do registro quanto no momento da socialização, quando as crianças foram incentivadas a comunicar suas aprendizagens aos colegas.

1ª Etapa

Começamos pela retomada do conceito de giro, aprendido na série anterior, partindo de uma brincadeira que ficou conhecida como ”Corrida de Comandos”. Em duplas, os alunos disputavam uma corrida na qual um dos integrantes era vendado, seguindo adiante a partir das orientações dadas pelo outro membro da dupla, que ditava os passos e os giros a serem dados para desviar dos obstáculos do percurso até a chegada no ponto final. Em sala, os alunos registraram e socializaram seus registros.

2ª Etapa

Na robótica, construímos uma catraca que modificava seu funcionamento a cada nova engrenagem que lhe era acrescentada. Sobre esta aula, os alunos fizeram um relatório descrevendo, além do processo de construção da catraca, as conclusões a que chegaram a respeito dos giros completos e incompletos, bem como suas medidas em ângulos.

 

Brinquedo de montar

Registro de trabalho

 

3ª Etapa

A partir dessas dinâmicas, a classe produziu um registro coletivo que serviu tanto para retomar os conceitos trabalhados na série anterior quanto para acolher os alunos novos que possivelmente não teriam percorrido exatamente a mesma trajetória dos antigos.

 

Geometria

 

4ª Etapa

Tomando por base o medidor de ângulo reto, a turma saiu pela escola à procura dessa medida e descobriu que existiam ângulos iguais, maiores e menores que 90°, e, diante de tal descoberta, nomeamos cada um desses ângulos.

5ª Etapa

A partir de outra brincadeira proposta na aula de educação física, “reloginho”, os alunos foram incentivados a pensar sobre a figura que se forma a partir do giro: o círculo. Sobre ele, discutimos a diferença entre círculo e circunferência e suas partes (semicírculo, raio, diâmetro).

6ª Etapa

Traçar círculos perfeitos exige o uso de um instrumento preciso. Neste momento, entrou a aula de arte para que, a partir da necessidade, os alunos viessem a estudar o compasso, instrumento que foi explorado tanto em sua composição quanto em sua utilização.

 

Portfólio de geometria

 

7ª Etapa

Com base na apreciação de obras de Kandinsky, os alunos colocaram em uso alguns de seus conhecimentos da geometria na produção de sua próprio trabalho artístico.

8ª Etapa

O estudo seguiu para o trabalho com retas, figuras planas e a formação de sólidos geométricos. Omais importante foi ver o envolvimento dessas crianças com os desafios propostos, evidenciando suas aprendizagens tanto nas dinâmicas, em que tinham que colocar em prática seus conhecimentos, quanto nos registros, que, por fim, documentaram essa construção.

Avaliação

Ao término de cada etapa ou atividade, os alunos eram reunidos para uma roda de conversa na qual tinham a oportunidade de expressar suas percepções e aprendizagens. Alguns desses momentos ficavam registrados por escrito, outros em forma de desenho, e assim era possível identificar as relações por eles estabelecidas.

Em alguns momentos, os pais eram convidados a conhecer esse trabalho, ora por exposições como nas feiras culturais, ora pela tarefa dada aos alunos de apresentar o portfólio à família, contando detalhes de sua caminhada. Esse movimento gerava mais aprendizagem por parte dos alunos, que, diante da tarefa de explicar ao outro essa aprendizagem, construíam novas relações. Além disso, era uma oportunidade de envolver os pais no processo de construção do conhecimento dos filhos, validando assim o trabalho de todos.

O exercício de organizar os registros no portfólio, voltando ao material para retomar as aprendizagens, proporcionou aos alunos autonomia durante a construção do conhecimento.A experiência me fez perceber como um processo muito mais divertido e dinâmico tornou a aprendizagem significativa. O portfólio revelou muito mais as dúvidas e as aprendizagens dos alunos do que provas estanques e limitadas em seu tempo de execução.

A estratégia não se tornou a avaliação formal da instituição. Para tanto, seria preciso aprofundar nesse estudo para pensar em como a avaliação por portfólio entraria nas outras disciplinas e os critérios que deveriam ser levados em conta. Seria um trabalho mais amplo do que a experiência aqui relatada, mas serviu para que eu pudesse olhar de outra forma para cada aluno em relação às próprias aprendizagens.

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2 Comentários para “O PORTFÓLIO COMO REGISTRO DE UM TRABALHO DE GEOMETRIA”

  1. Magda Suzana da Cunha Castro disse:

    Sensacional!!
    Vou propor que os professores dematemática e das séries iniciais se apropriem deste texto e entre neste grupo, blog. Estou amando!!

  2. Maisa disse:

    Olá Magda!
    Ficamos felizes em compartilhar conteúdo que faça a diferença para os professores! Volte sempre para se atualizar e assine a nossa newsletter para ficar por dentro das novidades e cursos disponíveis!

    Abraços!

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