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Paixão pela educação move professora em busca de qualidade nas escolas públicas

Por Escrito em: 07/02/2020 | Atualizado em 10/02/2020
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Professora há 25 anos, Annaly Schewtschik, de Ponta Grossa-PR, descobriu sua paixão por lecionar desde cedo. Mas foi após um conselho de sua mãe que resolveu cursar o magistério. “Filha, uma mulher tem que ser independente, precisa ter uma profissão, e o magistério é o melhor para você, ela dizia. Ainda bem que eu ouvi minha mãe. Hoje sou feliz na profissão que escolhi”, recorda.

Após dar aula para Educação Infantil e fazer pós-graduação, Annaly dedica-se atualmente à formação para professores e tem um canal no Youtube no qual produz seus vídeos para os professores que desejam aprimorar sua aprendizagem em Matemática. “Quanto mais professores pensarem que podem ser o melhor professor para seus alunos, teremos muito mais força para tornar a escola pública uma escola de qualidade”, acredita.

Fã da diretora do Grupo Mathema Katia Smole, Annaly acompanha as publicações e a carreira da professora há 20 anos, e afirma que os ensinamentos do Mathema a acompanham sempre “mudando meu olhar e me fortalecendo enquanto professora e formadora”, finaliza. Confira a seguir um pouco mais sobre a Annaly.

“Meu nome é Annaly Schewtschik, sou professora há 25 anos, apaixonada pela educação, especialmente pela Educação Pública. Faço meu trabalho empenhada nisso, principalmente porque acredito em uma educação pública de qualidade que seja transformadora na vida de nossos estudantes.

Minha vida de professora começou muito cedo, ainda cursando o magistério atuava em escolas de Educação Infantil. Mas a paixão pela docência veio realmente em meus estágios supervisionados. Uma vez, estava aplicando um planejamento de Matemática (não poderia ter sido outro), quando em um dado instante percebi que os alunos não entendiam o que eu explicava. Foi então que pedi para que parassem o que estavam fazendo e comecei a dialogar com os alunos, tirar deles as informações para ver se conseguiria fazer uma ponte com o que eles já sabiam e o que estava querendo ensinar. E aconteceu! Eles entenderam tudo (aquilo foi incrível!). Me apaixonei pela docência naquele momento.

Ao terminar o magistério prestei concurso para professora dos Anos Iniciais e comecei de fato a ensinar. Foi a partir dessa experiência que decidi que faria o curso de Matemática na universidade. Após a faculdade fiz um curso de pós-graduação Latu Sensu de Metodologia do Ensino de Matemática, e foi nele que conheci a professora Katia Smole e o Mathema. Comecei a ler muito sobre o que ela escrevia e me identifiquei com as ideias dela. Nunca mais parei de seguir tudo o que ela escrevia.

Atualmente trabalho com formação de professores para o ensino de Matemática, sou assessora pedagógica na Secretaria Municipal de Educação, faço parte do Grupo de Trabalho com a Avaliação para a Aprendizagem da Rede e coordeno O Grupo de Estudo, Pesquisa e Prática em Educação Matemática, GEPEM-PG, composto por professores da Rede. Este grupo é responsável pela formação em Didática Específica de Matemática para os professores do município. Trabalho também em curso superior de Pedagogia e tenho um canal no Youtube.

Amo a educação e acredito que ela pode ser de qualidade. E por acreditar faço a minha parte e impulsiono outros professores para o mesmo fim. Quanto mais professores pensarem que podem fazer o melhor para seus alunos, teremos muito mais força para tornar a escola pública uma escola de qualidade.

Eu não sonho apenas como uma educação pública de qualidade, que transforma; eu quero fazer parte disso, fazer a diferença na vida desses alunos que muitas vezes só têm a escola como referência para mudança.

O professor nunca foi uma profissão valorizada neste país e uma das causas que levam a essa desvalorização é a formação deficitária, tanto inicial quanto continuada. Isso agrava-se quando pensamos no ensino da Matemática. Em um momento em que é necessário nos reinventarmos a cada nova aula, acompanhando nossos alunos na corrida pela informação, um novo perfil de professor se faz emergente. Para isso preciso me atualizar constantemente, pesquisar, refletir, reinventar e avaliar processos formativos que possam subsidiar os professores em suas jornadas e atender as demandas de hoje para a aprendizagem.

Nesse propósito, fui um pouco ousada e tornei-me empreendedora na formação de professores. Criei uma página no Youtube – Ensinas Annaly Schew – com o propósito de atingir muito mais professores com ideias para o ensino de Matemática, principalmente nos Anos Iniciais, em que os professores são polivalentes.

[Ser educador] significa ser agente de transformação, inquieto, persistente, perspicaz, amoroso, aquele que não se cansa até obter a aprendizagem efetiva de seu aluno; aquele que tem humildade pedagógica e está sempre disposto a renovar-se, quantas vezes forem necessárias.

Eu nasci para ser professora de Matemática. Sempre tive facilidade em entender, gostava de ajudar meus colegas a resolverem os problemas e as contas. Era divertido. A Matemática é um campo de conhecimento que me ajuda a ver melhor o mundo e a participar dele com mais consciência. Eu a vejo em tudo, é uma linguagem universal, ela descreve tudo o que pode ser visto ou imaginado. Isso é fantástico! Desenvolver o raciocínio, o pensamento abstrato, poder representá-lo é fascinante para mim.

Conheci o Mathema em 2000, por meio das publicações da professora Katia Smole. Ela é uma inspiração, foi a primeira fonte da qual bebi com sede. Suas palavras me preenchiam e me estimulavam, e com ela seguia trilhando meu caminho docente. Desde então acompanho todo o trabalho do grupo Mathema e possuo quase todos os livros publicados.

A lembrança mais especial que tenho da minha infância é da minha primeira professora: Lúcia. Como toda criança, eu chorava muito ao chegar à escola, mas lembro que ela me acalmava com muito carinho e paciência. Aquilo me passava segurança e eu passei a não chorar mais, pois sabia que a Tia Lúcia lá estaria. Talvez essa seja a mesma experiência vivida por muitos de nós, mas para mim isso ficou marcado e posso dizer que, inconscientemente, ela foi a primeira que me inspirou a ser professora.

Atualmente, outro nome também está me inspira: a professora Jo Boaler, da Universidade de Stanford. Suas pesquisas e principalmente suas ideias estão me contagiando profundamente.

Para mim, a melhor coisa em ser professora é ver a aprendizagem acontecendo. E quando falo em aprendizagem não me refiro apenas à aprendizagem dos meus alunos, mas também dos meus professores. Não tenho como descrever a satisfação em saber que estou contribuindo para a formação deles. É isso que me move hoje.”

 

Gostou de conhecer a professora Annaly? A sua história também pode aparecer aqui. Escreva para contato@mathema.com.br e conte-nos sua experiência. 😉

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