Patrícia Cândido
Gestora da área pedagógica do Grupo Mathema
Ao pensar no planejamento da aula, o professor deve partir de algumas questões centrais:
Todo plano exige saber mais sobre os alunos com os quais se vai estar durante um certo período. Ao professor cabe pensar quais estratégias permitirão conhecer seus alunos e seu repertório, de tal forma que possa acompanhá-los melhor e mais cuidadosamente no processo de aprendizado.
A partir desse ponto, o professor poderá orientar de maneira mais eficiente seu trabalho, que já nasce cheio de desejos, expectativas, inquietações, inseguranças e saberes.Esses saberes foram construídos a partir da história de vida de cada um, estão carregados das diferentes leituras e estudos de textos, das experiências como professor e como aluno, das influências dos grupos de amigos e família, do local onde se viveu e aprendeu.
Nesse contato com os diferentes saberes e com a realidade da escola, o professor pode sofrer choques e querer desistir dos seus planos, até mesmo dos seus sonhos e desejos. Se desistir, terá como opção apenas cumprir as atividades em datas marcadasMas se for persistente, poderá começar a planejar nos limites que a realidade lhe impõe, com a possibilidade de reconstruir o seu sonho. Isso significa pensar em atividades com significado para os seus alunos, levando em consideração conteúdos da matéria, do sujeito e as relações do grupo. Dessa forma, não existe planejamento sem avaliação, pois somente a partir dela é que o professor pode construir o seu planejamento.
Essa ferramenta organiza, orienta e delimita os caminhos a serem seguidos, mas sempre guiados pela avaliação feita do aluno, do professor, do espaço e do grupo. Por isso, nunca está pronto do começo ao fim. O que ele contém são hipóteses de encaminhamentos, com objetivos especificados, atividades, espaço, tempo e material necessário.
Ao avaliar o produto conquistado a partir desses encaminhamentos, o professor deve refletir sobre o que foi adequado, o que precisa ser mudado e replanejar a sua ação.
Olhando para esse pequeno texto vejo, como diz Gimeno Sacristán, que “apesar da avaliação ser uma exigência institucional, o modo de realizá-la e seu conteúdo ficam totalmente nas mãos do professor”.
O professor , mesmo em um âmbito fechado como a escola, pode ter e tem autonomia para tomar decisões como as descritas anteriormente e até mesmo para pensar sobre o que é que vale nota, o que é essencial, quando avaliar e outros.
O uso que se fará da avaliação e do planejamento e as relações possíveis entre os dois estarão sempre fortemente ligados à formação do professor e à concepção de ensino-aprendizagem, que o professor deve sondar para conhecer o seu aluno e auxiliá-lo.
Só dá para pensar nesse tipo de plano quando tenho o modelo de avaliação formativa.
Referências bibliográficas
Sacristán, J. Gimeno, Gómez, A. L. Pérez.
Compreender e transformar o ensino.
Porto Alegre: Artmed, 2000