Mathema Mathema

A magia das histórias infantis, ler ou contar?

Por Escrito em: 10/09/2021
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Na educação infantil e durante todo processo de alfabetização, as crianças aprendem e se desenvolvem por meio de vivências e interações com o meio e com o outro. Por isso, é importante cantar, escrever a lista de mercado, ler cardápios e manuais de jogos junto com elas. Esses exemplos de usos sociais da linguagem são muito importantes para que as crianças avancem em seus conhecimentos.

A seguir, Isabelle Veronese, uma das autoras do Programa Ciranda, pedagoga e mestre em Língua Portuguesa pela PUC-SP, dá dicas de como potencializar as vivências de oralidade, leitura e escrita das crianças pequenas.

Além disso, explicaremos o que a BNCC diz sobre a alfabetização e mostraremos como o Ciranda trabalha o assunto em seu programa. Acompanhe!

Como potencializar as vivências de oralidade, leitura e escrita das crianças pequenas

De acordo com Isabelle, “na educação infantil e durante todo o processo de alfabetização, as crianças aprendem e se desenvolvem por meio de vivências, no caso da linguagem, vivências de escuta, de fala, de leitura e de escrita, por meio das quais elas brincam, resolvem problemas, solicitam, expressam necessidades e desejos e pensam sobre os modos de dizer, sobre as palavras e sobre os textos”.

“Experiências como a contação de histórias, as brincadeiras com cantigas, parlendas e outros textos poéticos e atividades que envolvem os nomes dos colegas, dos familiares e outras tantas listas de palavras também podem ser usados no processo de alfabetização”, enfatiza a pedagoga e mestre em Língua Portuguesa

Isabelle destaca um ponto muito importante: “a leitura deve ser sempre fiel ao livro e, nessa situação, ele é um objeto essencial. Nesse caso, é importante que o adulto que fará a leitura para a criança, segure o livro posicionando-o diante de seus olhos e, ao final da leitura de cada página, mostre as ilustrações para as crianças.

No caso da contação de histórias, ela reforça que “o livro não será utilizado. A contação é uma estratégia oral e pode ser feita com objetos, com tecidos, com outros recursos que dão vida à história”.

Isabelle Veronese ainda ressalta que “as brincadeiras com textos poéticos, como as cantigas e as parlendas, também são fundamentais. Primeiro, porque envolvem o brincar — que é a essência da criança pequena. E segundo, porque estão diretamente relacionadas à aprendizagem da fala e da escrita. No caso das crianças muito pequenas — de 0 a 3 anos — elas contribuem para que as crianças ampliem o repertório de palavras e de imagens, reconhecendo seres, objetos e lugares. Além disso, contribuem para o desenvolvimento da percepção corporal — quando as crianças imitam gestos, por exemplo”.

Isabelle conclui enfatizando que as crianças maiores também ganham com o uso das brincadeiras no processo de alfabetização. Nesse caso, elas conseguem “reconhecer o que é específico da escrita em relação à oralidade”. Em virtude disso, é indicado que, ao realizar a leitura desses textos, você aponte com o dedo indicador as palavras conforme o ritmo dos textos. Assim, é possível ajudar a criança a pensar sobre o que está escrito, a entender o que é a palavra em relação ao texto, o que são os espaços entre as palavras, aspectos próprios da linguagem escrita e que são essenciais para que ela aprenda a ler e a escrever.

Sobre alfabetização

A BNCC não traz nenhuma referência direta ao processo de alfabetização na educação infantil. Nessa etapa, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento apontam para a necessidade de desenvolver a linguagem no contexto dos multiletramentos, ou seja, ao usar a linguagem para interagir em diversas situações por meio da leitura e da produção de textos orais, escritos e multimodais, a criança aos pouco se apropria da linguagem e aprofunda suas hipóteses em relação à escrita e à leitura.

No Ciranda, respeitamos os pressupostos da BNCC, possibilitando vivências de linguagem nas diferentes práticas de leitura, oralidade e escrita, respeitando os contextos de comunicação e os multiletramentos.

No entanto, nas orientações para o professor, evidenciamos como as práticas de linguagem podem ser articuladas no ambiente escolar, favorecendo a aprendizagem da leitura e da escrita — não como objetos de conhecimento, mas como consequência de um aprofundamento de reflexões acerca da linguagem.

A criança explora diversos gêneros textuais, participa de rodas de leitura, de rodas de conversa, escreve espontaneamente e dita textos ao professor, entre tantas outras atividades por meio das quais avança em suas capacidades de letramento e, ao mesmo tempo, aprende a pensar sobre como a linguagem concretiza-se nos textos, quais as especificidades de cada gênero, o que é a escrita entre as diferentes formas de representação.

Não há atividades de alfabetização como existiam nas cartilhas e nos cadernos de prontidão, mas há um planejamento que insere a criança na cultura do escrito, garantindo as ferramentas necessárias para que ela vivencie, posteriormente, o processo de alfabetização, para além da decodificação, em direção ao aprimoramento das capacidades de letramento.

A proposta pedagógica do Ciranda enxerga a criança como ser potente. O programa foi desenvolvido para que ela experimente e vivencie o aprendizado. Nesse sentido, as vivências são voltadas para as experimentações da primeira infância, a fim de despertar o protagonismo infantil e respeitar os diferentes tempos e espaços da aprendizagem.

Ficou curioso e quer saber mais sobre o Programa Ciranda? Entre em contato conosco agora mesmo e tire todas as suas dúvidas!

 

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1 Comentário para “A magia das histórias infantis, ler ou contar?”

  1. simone estrela dias ferreira da cruz disse:

    Maravilhoso, nos permite um novo olhar e disperta o desejo de mudança ao contar histórias a sala de aula…

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