Mathema Mathema

Primeira infância e a importância do brincar

Por Escrito em: 27/08/2021
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As brincadeiras são muito importantes na primeira infância, uma vez que são interações genuínas e essenciais para o desenvolvimento infantil. Além disso, elas contribuem para a melhora da coordenação motora, do raciocínio lógico, da criatividade, da socialização etc.

De acordo com a pesquisa “Primeiríssima Infância — Interações, a prática do brincar”, em geral, as mães costumam brincar mais com os filhos todos os dias (77%) do que os pais (70%). Já em relação à idade da criança, mães, pais e outros adultos responsáveis indicaram que a frequência do brincar diminui à medida que a criança cresce.

É importante destacar que o fato de o adulto diminuir a interação no brincar com o ganho de idade da criança é algo positivo, pois a combinação dos momentos de brincar junto e brincar sozinho, em situações controladas que não ofereçam perigo traz benefícios para a criança em termos de autonomia, criatividade, imaginação e da própria capacidade de estar consigo mesma.

Neste artigo, você entenderá a importância do brincar na primeira infância e como isso pode beneficiar o desenvolvimento das crianças. Acompanhe!

A primeira infância e a importância do brincar

Um estudo realizado pela UNICEF aponta que os primeiros anos da vida de uma criança é o período em que o cérebro precisa de mais estímulos, uma vez que 90% das conexões cerebrais são estabelecidas até os 6 anos.

Isso significa que as interações sociais contribuem para estimular a atividade cerebral. Portanto, se a criança não for estimulada a brincar, muitas ligações entre os neurônios deixam de acontecer, o que pode afetar o seu potencial de aprender e se desenvolver.

Para que o processo de desenvolvimento infantil pleno ocorra, são necessários estímulos adequados, vínculo e afeto. Por exemplo, quando a mãe, o pai ou outro cuidador adulto demonstram afeto, carinho e sensibilidade às manifestações da criança, ela percebe que existe uma base segura na qual pode confiar e se sentir confortável, aceita e protegida.

Isso oferece benefícios muito importantes para o seu desenvolvimento, como:

  • melhora a capacidade de interagir e de se comunicar: falar, cantar, responder, sorrir, olhar, ouvir a criança. A interação com o adulto ajuda ela a aprender a regular suas emoções em situações de estresse, a explorar o mundo com confiança e a aprender a se comunicar.
  • ajuda nas descobertas: quando você brinca ou incentiva uma brincadeira e permite que a criança explore o lugar onde vive — mesmo que seja pequeno. Quando você mostra o mundo para ela e a ajuda a nomear objetos que ela não conhece, está permitindo que ela realize descobertas importantes para o seu desenvolvimento.

 

Vale destacar também que a família não precisa gastar fortunas com brinquedos para as crianças. De acordo com o pediatra Daniel Becker, “brincar com os objetos da casa dá à criança muito mais criatividade porque ela é quem vai inventar a finalidade daquele objeto. Enquanto o brinquedo pronto dirige a criança para fazer uma determinada função ou atividade — o quadrado eu tenho que encaixar no orifício quadrado, a bolinha no orifício redondo e assim por diante”, explicou.

A Infância e a Educação Infantil

Atualmente, é possível afirmar que as crianças, já quando nascem, são capazes de atribuir significados às suas experiências. Assim, o período que as crianças passam na educação infantil reúne conquistas importantes para sua vida, como a fala, a marcha, a capacidade de fazer de conta, a vida coletiva, a representação de suas ideias por meio de diferentes linguagens, entre outras.

Nesse sentido, as práticas pedagógicas que compõem a educação infantil devem estar estruturadas a partir dos dois grandes eixos estruturantes da BNCC: as interações e as brincadeiras.

Dessa forma, as crianças conseguem construir os saberes necessários para dar significado ao mundo.

Estar em interação com outras crianças, vivendo os desafios que esse contato impõe, sem dúvida é uma das grandes experiências e oportunidades que todos os meninos e meninas devem viver nos interiores das creches e pré-escolas.

No entanto, para que isso ocorra, é fundamental que os adultos organizem espaços e ofereçam condições que propiciem o contato com diferentes materialidades, a livre circulação e deslocamento, a exploração e brincadeiras que contemplem as diferentes faixas etárias.

 

Essas condições precisam:

  • promover o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
  • favorecer a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
  • possibilitar às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos;
  • recriar, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais;
  • ampliar a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas;
  • possibilitar situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;
  • possibilitar vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e reconhecimento da diversidade;
  • incentivar a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza;
  • promover o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
  • promover a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais;
  • propiciar a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras;
  • possibilitar a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.

 

Por fim, é importante mencionar que o desenvolvimento de uma pessoa é contínuo e incorpora diversos processos biológicos e socioemocionais que se moldam a partir das experiências vivenciadas especialmente na primeiríssima infância. Portanto, quanto melhor for a “construção” do cérebro nessa fase, melhor será a preparação das crianças para o futuro.

 

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